Uma definição muito usada é a de Jon Kabat-Zinn (biológo e doutor em biologia molecutar que, em 1979, desenvolveu o Programa de redução de estresse baseado em mindfulness – MBSR, na universidade de Massachusetts): Mindfulness é a consciência que emerge ao se prestar atenção com intenção, no momento presente, de uma forma não julgadora.
Este estado de consciência nos permite observar as experiências e situações com maior clareza, liberdade, abertura e compreensão. É um estado de consciência diferente do habitual, no qual, frequentemente, olharmos as situações e experiências através do nosso filtro particular, categorizando-as entre bom e ruim, agradável e desagradável, feio ou bonito, de acordo com nossas experiências prévias e história de vida. Isso geralmente prejudica nossa capacidade de observar as coisas como realmente são e, assim, interfere na nossa habilidade de tomar decisões com ponderação e clareza.
Atualmente, estamos nos familiarizando com a tradução de mindfulness para o português que é atenção plena. Esta tradução pode nos levar a acreditar que mindfulness seja um treino da atenção para aprendermos a ficar mais focados e tornar-nos mais eficientes e produtivos. No entanto, mindfulness vai muito além do cultivo de atenção e concentração. É importante compreender que mindfulness envolve 3 pilares: atenção, atitude e intenção.
– atenção:
Se pararmos um pouco para pensar, boa parte do nosso tempo estamos desatentos ou distraídos em pensamentos, imaginação e preocupações com o futuro ou remoendo coisas passadas. Estudos recentes dizem que aproximadamente 47% do tempo estamos desatentos!
Com o treinamento de mindfulness vamos desenvolvendo a capacidade de levar a atenção para algo que é escolhido deliberadamente e que está acontecendo no momento presente. Assim, é treinada a capacidade de autorregular a atenção.
– atitude:
Mindfulness nos convida a cultivar um modo específico de lidar com aquilo que está sendo observado através da atenção. Nos convida a adotar uma atitude mental de abertura, curiosidade, aceitação ao que está presente, sem cobrança ou julgamentos.
Então, mindfulness não é apenas levar a atenção a uma experiência interna ou externa do momento presente, mas qualificar a atenção com essas atitudes.
– intenção:
Talvez, até aqui você já tenha percebido que, para autorregular a atenção e cultivar certas qualidades no modo como observamos as experiências, é preciso ter intenção. Intenção é a habilidade de lembrar-se daquilo que move você a praticar, é acionar a vontade de treinar e de cultivar novas perspectivas, é fazer uma escolha consciente.
Assim, treinar mindfulness contribui com o desenvolvimento da auto-observação, da autorregulação e do cultivo de estados mentais saudáveis.